Um arco narrativo é sobre o esqueleto do enredo de uma obra, mais aplicado ao gênero drama do que aos quadrinhos. Um exemplo seria "um homem com problemas faz uma promessa - surgem problemas - mantém sua promessa mas morre", um fio que vai além da conhecida abordagem-nó-desfecho.
Um aspecto que, embora possa não chamar a atenção a princípio, foi recentemente estudado pelo Computational Story Lab, da University of Vermont, a partir de 1.700 livros do Projeto Gutenberg com o objetivo de segmentar ainda mais os padrões e motores de busca dos leitores no Internet.
O resultado foi a confirmação desses 6 arcos narrativos da literatura ocidental.
O fascínio do previsível
De acordo com o escritor francês George Polti, no Ocidente existem mais de 36 tipos de histórias dramáticas, embora outras tenham reivindicado quantidades que variam de 7 arcos narrativos a 20 no total.
No entanto, um estudo recente realizado pela Universidade de Vermont, e no qual foram estudados 1.700 livros - mais clássicos do que contemporâneos, aliás - confirmou que, de fato, a literatura ocidental está dividida em seis arcos narrativos recorrentes. Os seguintes esqueletos ou gráficos seriam os seguintes:
- De trapos a riquezas (a história caminha para um final feliz). Exemplo: Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.
- Homem em um buraco (a sorte acaba, mas o protagonista renasce das cinzas). Exemplo: O Mágico de Oz, de L. Frank Baum.
- Cinderela (começa com uma situação feliz, seguida de um revés, mas com um final feliz). Exemplo: A Christmas Carol, de Charles Dickens.
- Tragédia ou das riquezas aos trapos (as coisas só pioram). Exemplo: Romeu e Julieta, de William Shakespeare.
- Édipo (azar, seguido de uma promessa, terminando com uma queda final). Por exemplo: The Rome Express, de Arthur Griffiths.
- Icarus (Começa com uma situação feliz ou promissora, mas eventualmente tudo piora). Por exemplo: a Bíblia.
Para verificar melhor os gráficos clique aqui Você pode ver os diferentes exemplos narrativos transformados em carne de diagrama.
Entre alguns dos livros que produziram esquemas muito menos previsíveis durante o estudo, teríamos a saga As Crônicas de Gelo e Fogo de George RR Martin, pois engloba histórias segmentadas derivadas de um mesmo enredo. Outro exemplo seria Harry Potter e as Relíquias da Morte, que é uma daquelas obras cujo enredo oferece altos e baixos em comparação com outros títulos da saga.
De acordo com a pesquisa, o objetivo seria incluir estatísticas futuras com livros de outras culturas, como hindu, chinês ou africano.
Você tem coragem de copiar, colar e enunciar uma obra para cada um desses 6 arcos narrativos?
Você é mais Cinderela ou Ícaro?