Prêmio Bellas Artes de Literatura em Línguas Indígenas: Andrea Lorenzo Gómez, autora de Xaga tlhaz

  • Andrea Lorenzo Gómez recebe o prêmio de Xaga tlhaz (Bochechas de Pêssego), escrito em Zapoteca
  • Cerimônia no Teatro Xicohténcatl com autoridades do INBAL e do Governo de Tlaxcala
  • Prêmio em dinheiro de 200 pesos e um diploma; veredicto final
  • O reconhecimento promove a preservação das 68 línguas nativas do México.

Prêmio de Literatura em Línguas Indígenas

Andrea Lorenzo Gómez, um escritor zapoteca originário de Oaxaca, foi agraciado com o prêmio Prêmio Bellas Artes de Literatura em Línguas Indígenas para o livro dele Xaga tlhaz (Bochechas de pêssego), durante cerimônia realizada no Teatro Xicohténcatl de Tlaxcala. O autor recebeu uma reconhecimento e um incentivo de 200 mil pesos para uma obra escrita em sua língua nativa.

O volume premiado afirma que memória ancestral e a resistência cotidiana das mulheres, com histórias que se inspiram na tradição oral de sua comunidade. O evento teve como foco a preservação das línguas indígenas e faz parte do quadro de Ano da Mulher Indígena, o que fortaleceu o compromisso institucional com essas expressões literárias.

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A vencedora e seu livro

Autor premiado em línguas indígenas

A partir de San Andrés Yaá, OaxacaAndrea Lorenzo Gómez é narradora, poeta e tradutora. Ela é reconhecida por seu trabalho em defesa da a palavra viva e é autor do livro bilíngue Giz, TerraA escritora enfatizou que sua voz literária é nutrida pela histórias de família e comunidade ouvido desde a infância.

Xaga tlhaz reúne sete histórias escrito em um dos 62 variantes do Zapoteca, onde os personagens enfrentam a violência, a pobreza e a solidão. A obra se destaca pela construção de personagens complexo e humano que, desde o solidariedade e a memória de seus ancestrais, questionam práticas que os afetam.

Durante o seu discurso, a autora agradeceu o apoio das instituições organizadoras e manifestou o desejo de que as línguas nativas permanecer vivo e presente na esfera pública e na formação das novas gerações, encerrando com uma mensagem em zapoteca em favor da palavra.

Escrever na sua língua materna representa uma forma de continuar a herança oral do seu povo e retribuir à comunidade histórias que reflitam seu cotidiano a partir de uma perspectiva próxima e respeitosa.

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A cerimônia em Tlaxcala

Cerimônia de premiação em Tlaxcala

O reconhecimento foi dado na Teatro Xicohténcatl com a presença do governador Lorena Cuéllar Cisneros; o Secretário de Cultura de Tlaxcala, Karen Villeda; e o Diretor Geral Adjunto de Belas Artes, Haydeé Boetto Bárcena, representando o chefe do INBAL, Alejandra de la Paz Nájera, bem como autoridades culturais e representantes de comunidades indígenas.

O governador frisou que se trata de uma ato de justiça histórica, reconhecendo que cada palavra escrita em línguas indígenas carrega consigo cultura, conhecimento e tradição. Ele também evocou a memória de Luisa Xicohténcatl como símbolo de resistência e ponte de diálogo entre os povos.

O Secretário Estadual de Cultura destacou que o prêmio visa colocar as línguas nativas no lugar que elas merecem dentro do ecossistema literário, em consonância com uma política pública que coloca as equidade cultural como eixo do trabalho.

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Do INBAL, foram destacadas a defesa da diversidade linguística do país e a urgência de atuar diante da situação de risco que mais da metade dos países atravessa. 68 línguas nativas do México, para o qual a literatura é um veículo essencial.

Objetivos do prêmio e ações para idiomas

Objetivos do Prêmio Línguas Indígenas

O prêmio faz parte do Programa Nacional de Prêmios de Literatura em Belas Artes e busca incentivar aqueles que utilizam a escrita como ferramenta para defender suas línguas e representar a pluralidade cultural do país.

A edição foi realizada no âmbito do Ano da Mulher Indígena, que reforça compromissos institucionais em prol de formas de criar literatura a partir da diversidade e riqueza das línguas nativas.

As autoridades enfatizaram que Tlaxcala está se consolidando como uma referência na defesa do patrimônio linguístico, promovendo iniciativas que homenageiam aqueles que escrevem a partir de sua identidade e de seu território simbólico: sua língua materna.

O júri, o veredicto e os incentivos

Júri e veredicto do prêmio

O júri foi composto por especialistas com vasta experiência, incluindo Celerina Sanchez, Fabíola Carrillo Tieco y Jaime Sacasma, que valorizava a proposta literária da autora e a qualidade estética de sua escrita em zapoteca.

El A decisão foi final e irrecorrívelO ato sublinha o universo que a obra desdobra: mulheres que resistem amparadas pela palavra, pela solidariedade e pela memória de seus antepassados, com um olhar rever em relação a diversas práticas comunitárias.

O vencedor recebeu um diploma e 200 mil pesos, contribuído em partes iguais pelo INBAL e o Governo do Estado, como incentivo ao trabalho criativo na língua nativa e em reconhecimento à sua contribuição literária.

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Este reconhecimento destaca a literatura que é escrita pelas comunidades, fortalece o circulação de obras em línguas nativas e incentiva novos autores a publicar em seus próprios idiomas, promovendo a continuidade de um legado vivo.

projetando Andrea Lorenzo Gómez e a importância Xaga tlhaz reafirmou o papel do prêmio como plataforma para literatura em línguas nativas, ao mesmo tempo que torna visível a riqueza cultural do México e o esforço institucional para salvaguardar a memória ancestral.

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