Patria É considerada a obra de consagração do escritor espanhol Fernando Aramburu, graças à qual, recebeu com todo o mérito o Prêmio Nacional de Narrativa 2017. É uma história muito crua sobre a sociedade basca em meio à complicada situação política que convulsionou a região basca desde a segunda metade do século XNUMX até o início do novo milênio.
A divisão que o processo de independência gerou no País Basco tem causado consequências apreciáveis até hoje, Como o demonstram as recentes manifestações a favor da libertação de pessoas ligadas às ações do grupo separatista ETA ou nos jogos de futebol entre o Athletic Club de Bilbao e Real Sociedad de San Sebastián, cujos adeptos têm gritado gritos de reprovação com conotações políticas em mais de uma ocasião chegaram até mesmo ao confronto físico.
Sobre el autor
Fernando Aramburu nasceu em San Sebastián, Espanha, em 1959. Ele cresceu em uma família de baixa renda e se formou em 1982 com um BA em Filosofia Hispânica pela Universidade de Zaragoza. Participou da fundação do Grupo CLOC de Arte y Desarte, voltado principalmente para o surrealismo e a contracultura. A partir de 1985 mudou-se para Hannover, Alemanha.
O país germânico se tornaria seu local de residência, lá ele se casou, teve seus dois filhos e atuou como professor de espanhol. aos descendentes de emigrantes na Renânia, trabalho que desempenhou até 2009, ano em que decidiu dedicar-se exclusivamente à literatura. A essa altura, Aramburu já fazia 14 anos da publicação de seu primeiro romance, Fogo com limão (1996).
Seu primeiro reconhecimento importante veio das mãos de Anos lentos, seu sexto livro publicado, vencedor do Prêmio Tusquets Novel em 2011. O lançamento de Patria data de 2016, sua narração de mais de 600 páginas sobre a violência vivida em sua terra natal foi um sucesso entre a crítica editorial e o público, evidenciado por seus múltiplos prêmios obtidos, entre os quais estão o Prêmio da Crítica de 2017 e o Francisco Umbral Prêmio de Livro do Ano. Não foi à toa que o livro se tornou um dos mais lidos na Espanha, México, Argentina e Colômbia.
Outra publicação importante de Fernando Aramburu é O trompetista da utopia (2003) Levado ao cinema com o nome de Sob as estrelas (2007). Este longa-metragem seria o vencedor de dois prestigiosos prêmios Goya. O escritor basco também se destacou em sua trajetória como tradutor, poeta e contador de histórias infantis; Nos últimos anos, ele se aventurou no gênero de aforismos por meio de várias publicações (principalmente no jornal El País).
Argumento da Universalidade da Pátria
Enquanto o argumento de Patria é especificamente focado na região basca, a descrição dos processos que levam ao radicalismo político é um motivo que transcende fronteiras, com características comuns nos diferentes locais onde acontece. Apesar de cada país ter suas peculiaridades, as disputas territoriais e a cisão de um Estado quase sempre levam a confrontos e mortes, são inevitáveis?
Questões como a reivindicação dos direitos humanos, terrorismo, identidade cultural e as divisões da família e da sociedade como consequência do fundamentalismo ideológico se refletem na história recente de muitas nações. As histórias dos protagonistas sobre a deterioração das conexões interpessoais são particularmente comoventes em seu círculo humano mais próximo.
Por esta razão, Patria É uma leitura altamente recomendada para entender os mecanismos das Relações Internacionais no mundo de hoje.. Além disso, Fernando Aramburu consegue prender o leitor do início ao fim neste romance pelo seu estilo narrativo e pela inclusão de acontecimentos reais.
Desenvolvimento de história
Conflito político entre Eta e o País Basco
Aramburu criou uma obra que fala sobre um dos piores (senão o pior) acontecimentos que ocorreram na história recente da Espanha. Mostra o conflito político entre a ETA e o País Basco em toda a sua crueza. Uma das suas maiores qualidades é a exposição de diferentes pontos de vista, conferindo a esta história um relevante ponto de objetividade ao dar espaço a todas as vozes envolvidas.
Justiça da narrativa
Portanto, a primeira impressão que o leitor tem é um senso de justiça. Isso é algo muito difícil de alcançar quando você considera o quão doloroso pode ser para as famílias das vítimas. Em consequência, são totalmente compatíveis dentro da mesma narrativa os termos de "terrorista" juntamente com os de gudari (soldado). Ambos os conceitos se referem a um homem do ETA condenado à prisão.
O romance enfoca a vida no País Basco depois que o ETA renunciou à luta armada. A dor das famílias, tanto dos mortos como dos presos, deve ser superada para curar as feridas, para construir uma sociedade onde todos se tolerem para viver juntos em paz. Mais de 600 páginas sobre um assunto tão delicado podem ser entediantes.
Uma narrativa envolvente
No entanto, a construção dos personagens realizada por Fernando Aramburu envolve rapidamente o leitor. O autor cria uma fluidez narrativa que contrasta perfeitamente com a atmosfera densa e tensa onde os acontecimentos acontecem. As incógnitas que cercam alguns dos protagonistas não são resolvidas até as últimas páginas do romance. O exposto foi fundamental por parte do escritor para manter o interesse do leitor.
Além disso, o autor descreve de forma magistral o povo basco. Aramburu destacou o personagem nobre, direto, honesto dos colonos e como a disputa política isolou o povo. O escritor também apresentou o medo como fator determinante para a desintegração da sociedade, além da convicção de alguns personagens.
O "sem sentido do mal" como o centro da trama
Patria é um romance que inevitavelmente leva a uma reflexão profunda dos espanhóis sobre os processos separatistas em Euskadi e, mais recentemente, na Catalunha. Embora não faça referência direta à existência ou não de tortura por parte do governo espanhol, Aramburu deixou claro que a esfera jurídica deve ser sempre respeitada.
Finalmente, pode-se afirmar que a mensagem mais contundente que o autor deixa com sua obra é apontar a falta de sentido do mal. Não importa de onde venha, não há razão. Não são fatos que aceitam meias medidas ou posições intermediárias, o mal não pode ser justificado em nenhuma circunstância, por mais extrema que seja. Apontar.