Quem tem filhos entre 13 e 17 anos deve ter notado que Benito Pérez Galdós desapareceu do currículo escolar. Os alunos não estudam mais seus trabalhos na aula de literatura e seus nomes, no melhor dos casos, simplesmente aparecem em uma lista de escritores importantes.
Algo que se choca com um passado não tão passado em nossa história educacional. Houve uma época em que todos os alunos liam, por exemplo, alguns dos livros pertencentes aos "Episódios Nacionais".
O aspirante a ganhador do Prêmio Nobel de literatura não só capturou em sua obra uma crônica maravilhosa de eventos passados, mas também, com um estilo literário cervantino perfeito, Crio romances realistas dignos de colocá-lo entre os três melhores escritores da história da língua espanhola.
De qualquer forma, ninguém mais lê seus livros. Em minha opinião, essa circunstância decorre de uma tentativa de evolução educacional em direção a um currículo moderno. A modernidade é, longe do conteúdo didático anteriormente desenvolvido nas escolas.
Esta reforma, necessária e positiva em muitos aspectos devido à evolução da nossa sociedade, Ele cometeu a terrível tentativa de contornar Pérez Galdós. Ignorando-o pela concepção absurda de sua obra como algo ancorado no passado ou, pior ainda, algo nacionalista próximo ao fascismo.
E digo o último com conhecimento dos fatos, pois, em mais de uma ocasião, muitos indivíduos "ilustres" formularam uma teoria tão infeliz com base em que, durante os anos de Franco, "episódios nacionais" apareceram na agenda do alunos e seu estudo era praticamente obrigatório.
Desta forma e como acontece com muitos capítulos da história, à juventude deste país está sendo negada a existência de um escritor maravilhoso e uma obra literária única. Aumentando, assim, o desconhecimento da nossa sociedade e o esquecimento de tudo o que merece ser respeitado e valorizado.
Tão bom infelizmente Benito Pérez Galdós depende do professor incompreendido, arrogante e desarmado que, em um ato de loucura sem precedentes, decide ir aonde a agenda atual lhe convém e, como campeão da literatura, enfrenta o absurdo oferecendo aos seus alunos o livro "Gerona", "Trafalgar", "Zaragoza", "Miau" ou a obra-prima "Fortunata y Jacinta".
Surpreendentemente, esta é a única possibilidade de o escritor canário ser estudado na Espanha. Em definitivo, um absurdo que a meu ver reflete, a par de tantos outros aspectos, o problema que este país apresenta em matéria educacional.
Galdós nunca ganhou o Nobel.
É verdade, agora me lembro que ele foi proposto, mas finalmente não o recebeu. Obrigado pela dica. Enfim, não faltariam motivos para ele ter um hehe