Luis Cernuda. Aniversário de sua morte. 4 poemas

Luis cernuda morreu em 5 de novembro de 1963 na cidade de México. eu nasci em Sevilha e foi um dos poetas mais importantes da Geração do 27. Hoje me lembro dele revisando sua figura e seu trabalho e destacando 4 de seus poemas.

Luis cernuda

Ele estava lendo para seu compatriota Gustavo Adolfo Bécquer quando se interessou por poesia quando criança. Já na juventude fez suas primeiras publicações em Revista ocidental e também colaborou em A VerdadeMeio-diaLitoral, a revista Málaga de Manuel Altolaguirre. Ele era fortemente influenciado pela literatura francesa, lembre-se de que um de seus avós era francês. Na Guerra Civil exilou-se para os Estados Unidos, onde trabalhou como professor, e depois foi para o México, onde morreu.

Seu primeiros poemas foram publicados em 1927 sob o título de Perfil aéreo. Em sua fase de juventude nós Um rio, um amor y Os prazeres proibidos, que revelam sua adesão a surrealismo. Na sua maturidade luzes As nuvens, sobre a Guerra Civil. Seu último estágio, já no México, inclui Variações sobre o tema mexicano, Viva sem viverCom as horas contadas.

4 poemas

Margens do amor

Como uma vela no mar
resume aquela ânsia azulada que se eleva
para as futuras estrelas,
fez escala de onda
onde os pés divinos descem ao abismo,
também sua própria forma,
anjo, demônio, sonho de um amor sonhado,
resume em mim uma ânsia que uma vez suscitou
até as nuvens suas ondas melancólicas.

Ainda sentindo as pulsações dessa ansiedade,
Eu, o mais apaixonado,
nas margens do amor,
sem luz me vendo
definitivamente morto ou vivo,
Eu contemplo suas ondas e gostaria de inundar,
desejando loucamente
descer, como anjos aqueles que descem a escada de espuma,
ao fundo do mesmo amor que nenhum homem jamais viu.

***

Razão para lágrimas

A noite de tristeza carece de fronteiras.
Sua sombra em rebelião como espuma,
quebrar as paredes fracas
vergonha da brancura;
noite que não pode ser outra coisa senão noite.

Os amantes cortam estrelas
talvez a aventura extinga uma tristeza.
Mas você, noite, movido por desejos
até a palidez da água,
você sempre fica esperando quem sabe quais rouxinóis.

Além dos abismos estremecer
povoado com serpentes entre penas,
cama doente
não olhando para nada além da noite
enquanto fecham o ar entre os lábios.

A noite, a noite deslumbrante,
que próximo aos cantos torce seus quadris,
esperando, quem sabe,
como eu, como todo mundo.

***

Eu gostaria de ficar sozinho no sul

Talvez meus olhos lentos não vejam mais o sul
de paisagens claras adormecidas no ar,
com corpos à sombra de ramos como flores
ou fugindo em um galope de cavalos furiosos.

O sul é um deserto que chora enquanto canta,
e essa voz não se extingue como um pássaro morto;
em direção ao mar ele dirige seus desejos amargos
abrindo um eco fraco que vive lentamente.

No sul tão distante quero ficar confuso.
A chuva lá não passa de uma rosa entreaberta;
sua própria névoa ri, risada branca ao vento.
Suas trevas e sua luz são belezas iguais.

***

Onde habita o esquecimento

Onde habita o esquecimento,
Nos vastos jardins sem amanhecer;
Onde eu apenas estou
Memória de uma pedra enterrada entre urtigas
Em que o vento escapa de sua insônia.

Onde meu nome sai
Ao corpo que designa nos braços dos séculos,
Onde o desejo não existe.

Naquela grande região onde o amor, anjo terrível,
Não se esconda como aço
Sua asa no meu peito,
Sorrindo cheio de graça aérea enquanto o tormento aumenta.

Onde acaba essa ânsia que exige um dono à sua imagem,
Submetendo sua vida a outra vida,
Nenhum outro horizonte além dos olhos.

Onde tristezas e alegrias não são mais do que nomes,
Céu e terra nativos em torno de uma memória;
Onde, finalmente, estou livre sem eu mesmo saber,
Dissolvido na névoa, ausência,
Ligeira ausência como carne de bebê.

Lá, lá longe;
Onde mora o esquecimento.


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