Juan Tallón é um jornalista e escritor espanhol. Formou-se em filosofia e atua nas áreas de jornalismo e comunicação em diversos meios de comunicação. Como exemplo disso, foi correspondente do jornal La Região, e foi assessor de imprensa da Secretaria-Geral de Imigração até 2008. Trabalhou também na rede SER e nas revistas jot dwon y O Progresso.
Sua carreira como escritor é baseada em colaborações coletivas com outros autores. Graças a esses exercícios, seu primeiro romance ganhou o VI Prêmio Nicomedes Pastor Díaz. Os temas de seus livros vão da derrota à metaliteratura, e ele ganhou vários prêmios ao longo dos anos.
Livros mais populares de Juan Tallon
livros perigosos (2014)
Este livro é uma revisão meticulosa e irônica. Metaliteratura no seu melhor. Juan Tallón mergulha em seus textos favoritos: romances, ensaios, contos... e usa seu olhar clínico para tecer a mesma superfície onde tudo convive harmoniosamente. “O trabalho tinha que ser um ensaio, mas eu queria que fosse um romance. É uma biografia…”, afirma o escritor.
Nas páginas deste livro, Juan Tallón fala de sua vida através de suas leituras, enquanto analisa os enredos e estilos narrativos de muitas obras que marcaram os anos em que viveu.
Enquanto houver bares (2016)
Por meio desse trabalho narrativo, Juan Tallón permite ao leitor visualizar as anedotas de personagens inusitados. Cinema e literatura são parte fundamental dessa história contada a partir do sarcasmo e da visão lúcida de quem se desdobra em uma realidade multicolorida.
Acostumado a cruzar o limiar do óbvio, o próprio autor coloca o foco da trama em um dos escritores mais importantes de sua geração.
Banheiro de onetti (2017)
O protagonista deste livro é mais que um alter ego de Juan Tallón. A trama se desenrola através da vida de um escritor que decide se mudar para Madri. Esse processo de ir de um lugar para outro acaba sendo bom e ruim ao mesmo tempo. O objetivo da mudança é encontrar um lugar mais tranquilo para escrever, mas quando chegam, o homem não escreve.
Juan Carlos Onetti é influenciado por um mau vizinho que, ao contrário, tem a esposa perfeita. Da mesma maneira, o álcool, os bares, os personagens que o levarão a aventuras emocionantes formam um retrato da beleza de alguns fracassos. Realismo e ficção se misturam em uma trama escrita em primeira pessoa, de forma simples, mas bem-humorada.
Oeste selvagem (2018)
Nico Blavatsky é um jornalista que tem problemas em seu relacionamento amoroso. No jornal em que trabalha as coisas também não vão muito bem: as informações que chegam aos leitores são filtradas pelos diretores, por solicitação de personalidades do alto escalão.
Ao mesmo tempo, Nico começa a investigar supostos crimes econômicos. Logo, Blavatsky se envolve em uma sucessão de eventos relacionados à política e à máfia.
Neste romance habitam personagens sombrios com duplas intenções, cuja única prioridade é o bem-estar monetário. Da mesma maneira, É um retrato da sociedade espanhola em tempos de corrupção mais recalcitrante. Grande parte dos eventos refletidos na trama estão relacionados às operações de planejamento urbano. A obra em si demonstra o lado obscuro da riqueza material.
Rebobinar (2020)
Este trabalho trata da possibilidade ou impossibilidade de lembrar. Tudo começa com a explosão de um prédio em Lyon. Este trágico acontecimento marca uma referência para toda a trama. Uma sexta-feira de maio parecia um dia perfeito, quando de repente há um impacto. Um dos apartamentos mais atingidos é o lar de vários estudantes de diferentes países.
A noite passada, Emma —uma jovem espanhola assombrada pelo passado de sua família—, Paul —Estudante de Belas Artes—, Luca -um matemático talentoso-, e ilka —um guitarrista de Berlim— Eles estavam fazendo uma festa. A residência vizinha à dos estudantes — local também afetado pela explosão — era habitada por uma família muçulmana que, supostamente, estava bem integrada à vida francesa.
O romance examina o que aconteceu naquela sexta-feira através do ponto de vista de vários personagens. Suas memórias serão de suma importância para recapitular os fatos e completar o quebra-cabeça. A narrativa também se concentra nas consequências desses eventos ao longo dos três anos que se seguiram à tragédia.
Obra-prima (2022)
A premissa desta história começa com uma pergunta: como pode uma obra de trinta e oito toneladas, do artista Richard Serra, desaparecem do armazém do museu Reina Sofía, um dos centros de arte mais prestigiados da Espanha? Bem, bem, o enredo pode parecer implausível, no entanto, este é um livro de não-ficção, documentada e cronológica que busca reconstruir os fatos.
Em 1986, para a inauguração do museu, foi encomendada uma grande obra do escultor americano Richard Serra. O autor estrela entregou uma escultura especialmente projetada para a área onde seria exposta. A figura em questão consiste em quatro blocos independentes de aço. Suas dimensões são enormes, e é imediatamente nomeado como uma obra-prima do movimento minimalista.
Em 1990, a Rainha Sofia decidiu guardar a escultura no armazém de uma empresa de armazenamento de arte, por falta de espaço. Quinze anos depois, o museu quer recuperar a figura, mas acontece que ela foi roubada. Ninguém sabe como ou quando isso acontece, e não há pistas sobre onde poderia estar.
Sobre o autor, Juan Tallón Salgado
Juan Tallón Salgado nasceu em 1975, em Vilardevos, Espanha. Desde jovem usou a literatura como forma de resolver disputas com a família. No final, acabou deixando os dados enciclopédicos porque essa tática não funcionou. Algum tempo depois, ele começou a ler quadrinhos. Não obstante, o encontro com a literatura que mudou sua vida veio das mãos de Bret Easton Ellis, autor best-seller como Menos que zero y psicopata Americano.
Os primeiros livros de Tallón foram escritos em galero, porém, em 2013 ele teve que editar Banheiro de Onetti em espanhol, pois nenhuma editora quis publicá-lo em seu idioma original. Em 2020 tornou-se membro do Conselho de Cultura Galega, e continua a escrever e publicar obras de relevância para a Espanha e o mundo.
Outros livros de Juan Tallón
Obras em galego
- Manuel Murguía: cartas de um lutador (1997);
- A pergunta perfeita — O caso Aira-Bolaño (2010);
- fim do poema (2013).