Madri lança programa cultural que prioriza o gênero policial: a mostra Um Madrid de romance policial… transforma o Biblioteca Regional Joaquín Leguina em uma janela para tramas criminosas que abrangem séculos. A entrada é grátis até 11 de janeiro, e o visitante encontrará uma história plural onde a capital deixa de ser palco e se torna personagem real.
Promovida pela Comunidade de Madrid, a exposição conta com curadoria de Tania Serrano Benítez e tem o conselho do escritor Lorenzo silvaPor meio de gravuras, fotografias, cartazes, manuscritos, revistas, livros e peças audiovisuais, a proposta mostra como o madrileno noir vem tomando forma desde Miguel de Cervantes às vozes contemporâneas, com um olhar atento à memória literária e urbana.
Um passeio por quatro séculos de crimes literários
Os antecedentes são rastreados na Idade de Ouro com textos como A força do sangue, onde já emergem os mecanismos de investigação e reparação de queixas. Mais tarde, o Realismo estabeleceu marcos decisivos: O prego (1853) de Pedro Antonio de Alarcon, O desconhecido (1889) de Benito Pérez Galdós o Gota de sangue (1911) de Emilia Pardo Bazán Eles consolidaram uma tradição de mistério com um forte pulso social que hoje identificamos com o ficção policial.
Já no século XX, o comissário Plínio de Francisco Garcia Pavon abriu caminho para o romance policial espanhol. Com a Transição, o gênero experimentou seu primeiro esplendor: Manuel Vazquez Montalban e seu Pepe Carvalho fez incursões em Madrid como em Assassinato no Comitê Central, enquanto autores da capital e arredores se consolidavam como Juan Madrid, Julian Ibáñez, Lourdes Ortiz, Jorge Martinez Reverte o Carlos Perez Merinero.
O impulso continuou com Arturo Pérez-Reverte -Mestre de esgrima o A mesa da Flandres-, Antonio Munoz Molina -Beltenebros-, Lorenzo silva e seu parceiro de pesquisa Bevilacqua e Chamorro, ou Alicia Gimenez BartlettNessas obras, Madrid já não é um cenário participar da ação: bairros, avenidas e instituições são integrados à trama e determinam o curso do caso.

Peças, coleções e uma perspectiva curatorial diversa
A exposição reúne gravuras, fotografias, cartazes, manuscritos, revistas, livros e materiais audiovisuais selecionados para desenhar um mapa de Madrid noir. A maioria deles vem do Biblioteca Regional e a rede de bibliotecas públicas da Comunidade, com empréstimos de instituições como a Biblioteca Nacional da Espanha, a Real Academia Galega o Televisão Espanhola, Entre outros.
O escritor Lorenzo silva destaca o caráter “original e relevante” do projeto, bem como a amplitude das abordagens reunidas. O curador Tania Serrano Benítez Apresenta um itinerário que identifica elementos literários e espaços-chave da Comunidade de Madrid, para que o visitante possa reconhecer como a cidade se consolidou como palco privilegiado do gênero.
Para a Comunidade de Madrid, a iniciativa reforça a sua aposta na divulgação do património literário e numa oferta cultural aberto e de qualidadeNas palavras do Ministro da Cultura, Turismo e Desporto, Mariano por Paco Serrano, a proposta destaca o papel da capital como inspiração para gerações de autores e sua presença estável na memória cultural compartilhada.

Agenda paralela: visitas, reuniões e cinema
Durante os meses de outubro novembro e dezembro haverá Visitas guiadas às sextas e sábados, mediante inscrição prévia na Central de Reservas. Todas as atividades são gratuitas até a lotação máxima, e muitas podem ser acompanhadas. ao vivo via transmissão online para aqueles que não podem comparecer à sala.
O ciclo de palestras e debates inclui três nomeações notáveis sob o rótulo Madrid em Black Key:
- 21 de outubro: Mesa redonda com Eduardo bastos, Parente de Marto y Imagem de espaço reservado de Rafael Guerrero.
- 28 de outubro: conferência de Lorenzo silva, Num lugar de La Mancha: as raízes planálticas do noir.
- 4 de novembro: reunião Escritoras de romances policiais com Porto Berna González, Rosa Montero y Martha Robles, moderado por Joana Bonet.
A sétima arte também tem seu espaço com exibições de adaptações literárias: O prego (Rafael Gil, 1944), Assassinato no Comitê Central (Vicente Aranda, 1981), Beltenebros (Pilar Miró, 1991), Mestre de esgrima (Pedro Olea, 1992) —com posterior discussão com Assumpta serna- Y O alquimista impaciente (Patrícia Ferreira, 2002). Todas as sessões são livre até a capacidade máxima.
Uma proposta como essa permite ao público abordar o universo noir sob múltiplos ângulos: as obras, seus autores, a evolução do gênero e seu diálogo com a cidade de MadriA exposição combina documentação, memória literária e programação cultural para convidar você a explorar, com calma e sem clichês, os cantos mais evocativos do crime fictício.