Victoria Szpunberg, Prêmio Nacional de Literatura Dramática

  • O Ministério da Cultura reconhece Victoria Szpunberg por L'imperatiu categòric, com um prémio de 30.000 euros
  • A produção estreará em espanhol no Teatro de la Abadía após sua exibição no Teatre Lliure
  • O júri destaca o poder dramático, a perspectiva filosófica e a ironia incisiva da obra.
  • Szpunberg tem uma longa carreira como autor, diretor e professor, com marcos na TNC, Lliure e no Liceu

Prêmio Nacional de Literatura Dramática

O dramaturgo Vitória Szpunberg, nascido em Buenos Aires e radicado em Barcelona, ​​foi distinguido com o Prêmio Nacional de Literatura Dramática para sua peça O imperativo categórico (Arola). O prêmio, concedido pelo Ministério da Cultura, é dotado de 30.000 euros e reconhece um trabalho que se consolidou na cena catalã antes de dar o salto para novos lugares.

O júri destaca que o texto atinge um intensidade dramática raro, trabalhado com uma técnica engenhosa que permite um tom irônico e incisivo de um substrato filosófico. Após seu tempo no Teatro Lliure, a função está planejada para ocorrer primeira estreia em espanhol no final de outubro no Teatro da Abadia Madrid.

Motivos do júri e escopo do trabalho

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Prêmio Nacional de Literatura Dramática

De acordo com a avaliação do comité, O imperativo categórico implanta um olhar filosófico que expõe a violência simbólica dos sistemas quando expulsam aqueles que cumprem suas regras. A peça, escrita com precisão formal, encontra a temperatura do palco adequado para desafiar o espectador sem abrir mão da ironia.

A produção, estreada no Lliure, teve ótima recepção crítica e público, tendo sido inclusive remarcada. A produção destacou, entre outras conquistas, o trabalho interpretativo de seu elenco e a pulsação do texto, reconhecimentos que se traduziram em prêmios na temporada, como as dadas à interpretação e ao próprio libreto.

A obra centra-se num protagonista ligado ao meio universitário e à ética, num contexto de precariedade que destaca as tensões do nosso tempo. Essa intersecção entre a vida cotidiana e o pensamento, abordada com humor ácido, transformou O imperativo categórico em um título com viagens internacionais em potencial.

Perfil e carreira de Victoria Szpunberg

Prêmio Nacional de Literatura Dramática

Szpunberg (Buenos Aires, 1973) é autor e professor no Instituto do Teatro e na Escola Coreográfica de Barcelona. Ele ministra aulas e workshops há anos e costuma se definir mais como trabalhador de cena como artista em geral, posicionamento que permeia sua forma de produzir e acompanhar projetos.

Sua primeira peça, Entre aqui e ali (O comprimento de uma caminhada), data de 1998: Ganhou o segundo prémio do Prémio María Teresa León, foi selecionado pelo Royal Court Theatre (residência internacional 2000) e estreou no RESAD de Madrid em 2000 e depois viajou para o Here Festival em Nova Iorque em 2002. Seus textos foram apresentados em teatros e festivais dentro e fora da Espanha e foram traduzidos para mais de dez idiomas.

Além de escrever, ele colaborou com coreógrafos, assinou dramaturgias e adaptações, dirigiu shows e criou peças para rádio e instalações sonoras. No 2013 ele recebeu o Prêmio Max à autoria teatral catalã, consolidando uma longa carreira.

Entre seus marcos recentes estão: A terceira fuga, que se tornou fenômeno teatral em Barcelona nesta temporada e se consolidou como o primeira mulher que dirige sua própria peça na Sala Gran do Teatro Nacional da Catalunha. A peça aborda, com uma escrita muito pessoal, as marcas da exílio dentro de uma família.

Trabalhos em destaque e projetos recentes

Seu catálogo inclui títulos como Paraíso Estético (Sala Beckett, Festival Grego 2004), A máquina falante (Sala Beckett 2007 e 2022; Teatro Maldà 2017) e O meu avião não vai para Cuba (Grec de Barcelona 2008), onde é tom crítico e seu interesse nas áreas cinzentas do presente.

Eles também assinam sua trajetória A marca favorita dos alemães Clausman (Tantarantana 2010; Sala Beckett 2019), Meninos não choram (Teatre Lliure, Grec 2012) e A praga de Onzena (Teatre Lliure 2015), este último com nomeação para o Prêmio Butaca, exemplos de sua versatilidade em diferentes formatos e espaços.

Já na última década, Szpunberg estreou Baleia azul (TNC 2018) e O pé de um cos (TNC e Centro Dramático Nacional, 2022), além de escrever o libreto da ópera O gato perdido para Grande Teatro do LiceuA sua actividade continuou com Doença cardíaca (TNC, 2023) e vulcão na programação da CDN, juntamente com a adaptação para o palco de permafrost, programado para o Texas Theater.

O júri e a lista dos vencedores do prêmio

O prêmio é concedido pela Ministério da Cultura e este ano o júri foi presidido por Almudena Hernández de la Torre Chicote (Subdireção Geral de Promoção do Livro, da Leitura e da Literatura Espanhola). O comitê incluía representantes de academias, universidades, críticos e associações profissionais.

  • Luis Mateo Díez (Real Academia Espanhola)
  • María López Sández (Real Academia Galega)
  • Juan Luis Zabala Artetxe (Euskaltzaíndia)
  • Magí Camps Martín (Instituto de Estudos Catalães)
  • Àngel Vicent Calpe Climent (Academia de Línguas Valenciana)
  • Enrique Gallud Jardiel (CRUE)
  • Ana Isabel Fernández Valbuena (ACE-ATT)
  • Carlos Ferrer Hammerlindl (Associação Espanhola de Críticos Literários)
  • Mónica Tourón Torrado (FAPE)
  • Ana Isabel Zamorano Rueda (Centro de Estudos de Gênero, UNED)
  • Raquel Vidales López (Ministério da Cultura)
  • María Velasco González (vencedora da edição anterior)

Nos últimos anos, o reconhecimento foi para Maria Velasco e, antes, em autores como Paula Carballeira, Pablo Remón, Guillem Cluá, Alberto Conejero, Yolanda García Serrano, Alfredo Sanzol, Imagem de espaço reservado de Juan Mayorga o Angélica Liddell, uma lista que coloca o prêmio entre os mais influentes do cena de teatro.

Com esta decisão, Szpunberg vê uma carreira que combina rigor intelectual, comprometimento com a cena e uma capacidade única de transformar conflitos cotidianos em teatro ao vivoA chegada iminente de O imperativo categórico al Teatro da Abadia marca um novo capítulo para um trabalho que já demonstrou seu alcance e agora busca envolver públicos mais amplos.