La cena literária venezuelana sofreu uma grande perda com a morte de Eduardo Liendo, um renomado autor cuja obra deixou uma impressão duradoura em inúmeros leitores e colegas. Aos 84 anos, o escritor faleceu após uma longa batalha contra o Parkinson, notícia amplamente divulgada por redes sociais e mídia especializada, gerando mensagens de condolências e reconhecimento à sua extensa trajetória.
Eduardo Liendo não era admirado apenas pela sua produção literária, mas também pela sua trabalho de ensino e treinamentoDurante 15 anos, dirigiu a oficina de narrativa popular da Universidade Católica Andrés Bello (UCAB), onde influenciou decisivamente a trajetória de inúmeras gerações de escritores e profissionais vinculados ao mundo da literatura e da cultura na Venezuela.
Obras e legado literário de Eduardo Liendo
O prestígio de Liendo é baseado em uma bibliografia extensa e variada que inclui romances emblemáticos como "O Mágico da Cara de Vidro" (1973), escrito após dois anos de exílio na década de 60, e "Se Eu Fosse Pedro Infante" (1989)Outros títulos conhecidos de sua autoria incluem "Los Topos", "Masquerade", "The Devil's Dishes", "The Round of Forgetting", "The Kuitas of the Fly Man", "The Last Ghost" e "With You in the Distance".
Além dos romances, Liendo explorou os gêneros conto e ensaio, com obras como "O Crocodilo Vermelho", "Contramiragem" e "Sobre a Arte do Escritor". Sua última publicação, “Considero vivido tudo o que sonhei” (2024), representa um testemunho literário e pessoal no qual ele reflete sobre sua vida, obra e processo criativo.
Reconhecimentos e homenagens
Sua carreira foi reconhecida ainda em vida com prêmios e distinções de grande relevânciaDentre elas, destacam-se: Prêmio Municipal de Literatura, o Prêmio Narrativa CONAC e Ordem Andrés Bello, premiado em 2023 por sua valiosa contribuição ao desenvolvimento cultural e educacional do país. Participou também como júri em concursos internacionais, como o Prêmio Internacional de Romance de 15 de setembro (Guatemala), Casa das Américas (Cuba) e o Prêmio Nacional de Literatura da Venezuela.
Nos últimos anos, diversas instituições têm reconhecido a relevância de sua obra. O Festival de Leitura de Chacao e o XXI Feira Internacional do Livro da Venezuela Eles organizaram atividades para celebrar sua memória e promover seu legado entre as novas gerações.
Reações e despedidas da comunidade literária
A notícia de sua morte desencadeou uma onda de mensagens de carinho e respeito no meio cultural. Através redes sociais e declarações institucionais, familiares, ex-alunos, colegas e figuras públicas relembraram o caráter afável e a compromisso profundo de Liendo com literatura venezuelana.
Na conta oficial do Telegram, o Ministro da Cultura expressou pesar coletivo pela perda, afirmando que "sua morte traz luto à literatura venezuelana" e enviando condolências à família e aos amigos do autor. O reconhecimento também ficou evidente nas palavras de outros escritores, que enfatizaram sua importância e o vazio que sua partida deixa.
O estilo e a influência de Eduardo Liendo
Nascido em Caracas em 12 de janeiro de 1941, Liendo será lembrado por sua humor irônico, acuidade crítica e sensibilidade em seus retratos da sociedade venezuelana. Seu legado é caracterizado por uma visão lúcida em identidade nacional e o impacto da cultura de massa, consolidando-se como uma das vozes mais originais e relevantes da narrativa do país.
Sua obra deixa uma marca indelével não apenas nas bibliotecas, mas também em todos aqueles que compartilharam sua paixão pela literatura, seja por meio da leitura, da participação em suas oficinas ou das inúmeras homenagens que celebraram sua figura e mensagem.
Com seu falecimento, comemoramos uma carreira prolífica de mais de meio século, com contribuições significativas para a cultura venezuelana. Sua obra continua sendo uma fonte de inspiração para leitores e escritores, consolidando-se como referência essencial para a compreensão da literatura e da sociedade do país.