Francisco Serrano vence o Prêmio Tusquets de Romance com O Coração Revolucionário do Mundo

  • O escritor extremenho ganha o Prêmio Tusquets por seu romance O Coração Revolucionário do Mundo.
  • O júri, presidido por Antonio Orejudo, escolheu a obra por maioria entre 366 manuscritos.
  • A história acompanha Valeria Letelier em uma célula anticapitalista na década de 8 e será publicada em XNUMX de outubro.
  • Serrano, autor de gênero e codiretor do podcast Rancho Drácula, defende a ficção e a inventividade.

Prêmio Tusquets Novel

O Extremadura Francisco Serrano foi distinguido com o Prêmio de Romance Tusquets Editores pelo seu trabalho O coração revolucionário do mundo, um reconhecimento dotado de 18.000 euros o que reforça sua trajetória e seu compromisso com a ficção de alta pulsação narrativa.

O romance, que Chegará às livrarias em 8 de outubro. sob o selo Tusquets, mergulha nos anos setenta para contar a história de Valéria Letelier, uma mulher presa entre o ideal revolucionário e seu desejo de emancipação, em uma trama que mistura ação, atmosfera e tensão psicológica.

O veredicto e o júri

Júri do Prêmio Tusquets

O veredicto foi anunciado em Barcelona, na Fundação Julio Muñoz Ramonet, após deliberação de um júri presidido por Antonio Orejudo e composto por Barbara Blasco, Eva Cosculluela, Corina Oproae e o editor Juan CerezoA decisão foi tomada por a maioria entre 366 manuscritos apresentado.

O comitê avaliou o trabalho premiado: inventividade narrativa, a capacidade de sustentar a intriga e o design de personagens fortes, bem como uma atmosfera sugestiva que impulsiona a leitura como um thriller sem abrir mão da complexidade moral.

Contrariando a tendência do “baseado em fatos reais”, o júri destacou que Serrano traz de volta à tona a imaginação literária e o poder da ficção para iluminar realidades históricas de sua própria perspectiva, sem imitações ou concessões.

Enredo, personagens e temas

Romance de Francisco Serrano

No início, Valéria Letelier aparece em um casa segura em Londres, onde recebe instruções de Joel, líder intelectual de uma célula anticapitalista. A história avança para Brasil, onde a protagonista completa seu treinamento e enfrenta sacrifícios que testam sua identidade e seu escopo de escolha.

A irrupção de Carlos Reseda —um operador especialista em armas e documentos—desequilibra o equilíbrio do grupo e semeia dúvidas em Valéria, que começa a questionar a natureza redentora da violência e a avaliar se a única libertação possível é a sua própria. O romance aborda, com coragem e ambiguidade, esse cabo de guerra entre lealdade à causa e autonomia individual.

Longe de idealizar a ação armada, o livro traça uma refutação do idealismo, em consonância com certas fábulas políticas e sátira social que revela seu avesso: contradições, opacidade e mundos fechados em si mesmos. Nesse território, o autor da intriga alterna o pulso da suspense com elipses calculadas, explorando o desejo, o medo, a violência e o poder em sua expressão mais nua.

As referências históricas remetem ao terrorismo europeu dos anos setenta, com ecos do Baader-Meinhof e de Carlos o Chacal, mas o romance emancipa-se da crônica e opta por um mundo fictício coerente, não documental. Entre as afinidades declaradas estão o pulso exorbitante de Thomas Pynchon, a visão política de Don DeLillo e um certo viés fantástico próximo a clark ashton smith.

O autor e o escopo do prêmio

Autor premiado em Tusquets

Nascido em Guareña (Badajoz) em 1982Serrano é o autor de Cães do Deserto, hajira y Na costa desaparecida. Além disso, ele faz parte da associação cultural HUL (Puta Merda, Um Livro) y coapresenta o podcast Rancho Drácula, ligada à cultura popular. Ele reconhece essa distinção como uma validação inesperada para alguém que não desiste de terror, ficção científica ou faroeste.

A editora ressalta que o Prêmio Tusquets mantém sua vocação de empoderar novas vozes e carreiras emergentes, com uma tradição que inclui nomes de destaque no mundo hispânico. Nesta 21ª edição, o prêmio também inclui o estatueta de bronze projetado por Joaquín Camps.

A Tusquets publicará o romance em 8 de outubro, provavelmente em sua coleção de narrativas, e a proposta conta com o aval de um júri que destacou tanto sua verve literária quanto sua maneira de encarar de frente, e sem romantismo, as contradições da clandestinidade.

Com uma combinação de intriga sustentada, densidade psicológica e vontade de ficção, O coração revolucionário do mundo confirma Francisco Serrano como uma voz com recursos para reinventar materiais históricos da imaginação e consolida o Prêmio Tusquets como uma plataforma que detecta talentos e apoia histórias que assumem riscos.

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