A Casa Revilla em Valladolid abre a exposição ao público Versos à venda, um projeto que mostra como A poesia era usada como ferramenta persuasiva na comunicação comercial ao longo de dois séculos. A proposta reúne 30 painéis com materiais de imprensa e peças originais que nos permitem acompanhar a evolução dessas rimas publicitárias.
A apresentação contou com a presença do Conselheiro da Educação e Cultura, Irene Carvajal, acompanhado pelo curador, o folclorista Joaquim Diaz, e o coordenador do Valladolid Letraherido, Pedro OjedaA pesquisa é baseada no trabalho de Narciso Alonso Cortés y Celso Almuiña, referências no estudo da relação entre imprensa e poesia.
Um olhar sobre dois séculos de versos publicitários

O itinerário, hospedado no Salão Municipal de Exposições da Revilla House, estende-se desde uma série de Diário de Pinciano de 1787 até cópias de Lavoura de 1972, organizado cronologicamente para apreciar como as letras foram colocadas a serviço das vendasOs painéis são complementados por exibições originais em vitrines, facilitando uma leitura contextual de cada poema e seu suporte jornalístico.
Entre os cabeçalhos representados estão: A Crônica Mercantil, O Progresso, O Iluminismo Castelhano y O Fandango, entre outros. A exposição relembra que muitas publicações do século XIX e início do século XX foram semanal, quinzenal ou mensal, e muitos grupos publicaram seu próprio boletim ou revista, onde os versos coexistiam com notícias e anúncios.
Os visitantes encontrarão rimas assinadas por Jose Zorrilla, Emílio Ferrari y César Silió, além de versos do então estudante navarro Lázaro Galdiano, que publicou em Valladolid durante sua formação. Neste contexto, a exposição destaca como poetas consagrados e autores ocasionais Eles testaram fórmulas de apelo com métrica, inteligência e ritmo.
Um dos núcleos mais impressionantes é formado pela versos ruins Da feira de setembro de 1880: folhas com vinhetas que, pela sua estrutura, antecipam a linguagem dos quadrinhos. O curador destaca a raridade devido à dificuldade de encontrá-las. espécimes comparáveis e pelos paralelos que estabelecem entre os festivais daquela época e os de hoje.
- Publicações comerciais e associativas: Castela Velha (caçadores), O marasmo (estudantes de medicina) e Escolas gratuitas (trabalhadores).
- Imprensa religiosa e agrícola: Eu reinarei na Espanha, Ceres y Lavoura, com versos integrados em suas páginas.
- Sátira e costumes locais: O Fandango y Tio Anton, cabeçalhos festivos onde a poesia atuava como um recurso expressivo.
- Outras assinaturas e orientações editoriais: Antonio Allúe Morer no setor agrícola; reflutuação Coragem e fé em 1944 com novas vozes poéticas.
Curadoria, entidades e abordagem

A iniciativa conta com curadoria de Joaquim Diaz, que vasculhou os arquivos de jornais locais com um compromisso constante com este espaço expositivo. A organização é responsável pela Fundação Municipal de Cultura e pela Fundação Joaquín Díaz, um conjunto que reforça o propósito de apresentar esta produção como memória viva da tradição impresso na cidade.
A abordagem curatorial enfatiza como a comunicação se tornou poesia para disseminar ideias, crenças e produtos. Entre os exemplos resgatados estão anúncios que, com rima e graça, convidavam as pessoas a comprar luvas ou proclamavam a qualidade do produto, demonstrando o poder da poesia. versificação como uma afirmação muito antes dos slogans modernos.
Informações práticas para a visita
A exposição pode ser visitada a partir de De terça a domingoem horas Das 12h às 00h. e de Das 18h às 30h., com entrada gratuita, até Novembro 16O lugar é o Salão Municipal de Exposições da Casa Revilla, no coração de Valladolid.
O passeio é acompanhado por um catálogo acessível através QR code, que incorpora imagens geradas com inteligência artificial para ilustrar fatos interessantes de manchetes e anúncios. Segundo a curadora, essa iniciativa tecnológica facilita a contextualização sem alterar a natureza documental dos materiais.
Quem chega à Casa Revilla encontra uma proposta ampla e documentada que conecta poesia, imprensa e cultura popular, com peças únicas — como os aleluias —, artistas icônicos e uma linha do tempo que nos permite interpretar a cidade através de suas rimas publicitárias; um convite a reler os jornais de ontem com os olhos de hoje.